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O desejo é uma força constante e inconsciente, que sempre encontra novas maneiras de se manifestar. O desejo está ligado à falta, ao inacessível. Portanto, quando algo se torna “seu”, ele perde parte de sua atração. Ou seja, todo desejo possuído deixa de ser desejado.
Baseado em tudo isso, devemos nos perguntar: o que está por trás do nosso desejo???

Para a psicanálise, o desejo é uma força inconsciente que impulsiona nossas ações e escolhas. Quando conseguimos o que desejamos, sentimos uma satisfação temporária, mas logo somos levados a novos desejos. Essa dinâmica cria um ciclo contínuo de desejo, busca e satisfação que permeia nossa existência. A satisfação completa é uma ilusão, pois sempre haverá novos desejos emergindo, além daqueles que nem compreendemos. Portanto, viver com essa realidade significa aceitar a natureza incessante do desejo e também aprender a lidar com as frustrações.

Além da constante busca por realização, existe o perigo em não reconhecer que a satisfação completa também pode ser uma prisão. É preciso encontrar equilíbrio, pois persistir em perseguir desejos, muitas vezes inatingíveis ou inalcançáveis, pode resultar em insatisfações crônicas. Além disso, alguns desejos podem entrar em conflito com nossos princípios éticos e valores morais, levando-nos a fazer escolhas questionáveis que podem ter repercussões prejudiciais em nossa vida e na vida dos outros.

Portanto, é importante não apenas reconhecer a natureza incessante do desejo, mas também de exercer discernimento e ética na busca de nossas aspirações. Isso implica em entender que há limites para o que podemos alcançar e que, em alguns casos, é necessário renunciar a certos desejos para preservar nossos valores.

Em última análise, viver com a complexidade do desejo envolve equilibrar a busca da satisfação com a aceitação daquilo que já temos. Por exemplo:

• Priorização de desejos: às vezes, temos muitos desejos, mas recursos limitados. Nesse caso, é crucial priorizar e escolher aqueles que são mais significativos ou alcançáveis no momento. Isso requer autoconhecimento e a capacidade de distinguir entre desejos passageiros e aspirações de longo prazo.

• Relacionamentos: buscar certos desejos a qualquer custo pode afetar nossos relacionamentos e causar conflitos com amigos, familiares ou colegas. É importante equilibrar nossas aspirações pessoais com nossas conexões sociais.

• Aceitação: reconhecer que nem todos os desejos podem ser realizados e ajustar as expectativas não significa desistir dos sonhos, mas ser realista sobre o que é alcançável em um determinado momento.

• Mudar o foco: Em vez de fixar-se em desejos inatingíveis, é importante concentrar-se naquilo que é alcançável dentro das circunstâncias atuais e trabalhar gradualmente em direção a metas maiores ao longo do tempo. Assim como mudar o foco e encontrar satisfação em outras áreas da vida, como relacionamentos, hobbies, saúde e crescimento pessoal.

• Bem-estar emocional: a busca incessante por todos os desejos pode levar ao estresse, ansiedade e insatisfação crônica. É importante considerar o impacto emocional de perseguir incessantemente nossos desejos, especialmente se isso nos coloca em um estado de constante insatisfação.

Não há mal nenhum em desejar, mas se a frustração com a impossibilidade de realizar um desejo afetar seu bem-estar emocional, busque apoio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Pode ser benéfico e trazer alívio.